todas as palavras de amor

Escrevo para mim, porque preciso, porque respiro, porque existo. Quase as mesmas razões as quais porque te amo. E tanto o escrever quanto o te amar, eu não posso evitar. Mesmo que minha escrita seja este mar de lágrimas e rabiscos no qual eu busco alguma coerência, um tanto de compreensão; mesmo que o amor seja esta dor no peito que nem todos os clichês literários juntos possam descrever.

Minhas palavras podem ser doloridas, mas necessárias; elas são filhas da tristeza, mas são mães da esperança. São os sentimentos que transbordam do coração e tomam a forma dessas palavras derramadas sob o papel. E permito que elas sejam lidas, se cumprida a condição por quem lê, de saber que sempre serão meras palavras. Apenas falhas tentativas de expressar tantos sentimentos que podem ser vividos, mas não escritos, descritos em sua essência.

Assim é possível entender como todas as palavras de amor se tornam insuficientes para representar a sensação de encontrar-me em seus olhos, em seus lábios. Como todas as linguagens são inúteis diante de duas línguas que se entendem, ou como nenhum código jamais atingirá o propósito de descrever fielmente a falta que você me faz.

Eu sei que minhas palavras tão cuidadosamente escolhidas sempre serão sombras incompletas do calor que aquece meu corpo, do brilho que ilumina minha alma quando penso em você. Por isso eu escrevo, não desisto de tentar encontrar as mais doces palavras de amor.

É uma tarefa para sempre impossível, como eu sempre soube. Mas meu coração silenciou por muito tempo, não sufocarei mais estes sentimentos que desejam tão desesperadamente serem lidos. Eu preciso destas palavras, quase da mesma forma que preciso de você.

Talvez você entendesse, se pudesse sentir o que eu sinto.

Se você soubesse, numa pausa para respirar, entre um olhar e outro..

O quanto eu sou, o quanto eu existo.

O quanto eu te amo.