era uma menina de batom e unhas feitas,
vestia meias sete oitavos e um par de peças provocantes.
ela brincava de ser mulher assim como brincava de viver.
criança desastrada, vivia era de quebrar seus brinquedos
e então chorar.
não importa o quanto quisesse, sozinha não podia consertar
e mesmo que tentasse afogar, queimar, cortar…
não podia esquecer.
e ela queria, ela tentava.
não conseguia.
foi até as alturas,
onde todos os pensamentos são vermelho
e a sorte são cinzas levadas pelo vento.
brincou uma última vez, de equilibrista,
e então deixou-se cair.
.
.
.
talvez houvesse um país das maravilhas,
lá em baixo.